domingo, 19 de dezembro de 2010

Série: Don't shoot the dog II

Reforço negativo

Evitar algo que você não quer pode ser reforço também. Pesquisas demonstram que um mal comportamento pode ser aumentado com aversivos caso a mudança de comportamento faça com que o aversivo vá embora. Esses aversivos são chamados de reforço negativo, coisas que as pessoas e animais irão evitar. Reforço negativo pode consistir em um aversivo suave. Um olhar irônico de um amigo quando você conta uma piada sem graça ou um projeto de criança de crianças de ar condicionado que faz você levantar da cadeira.No entanto, mesmo aversivos muito intensos podem funcionar como um reforço negativo bem como as vivências de punição. Reforços negativos podem ser interrompidos ou evitados pela mudança de comportamento.Quando um filho por exemplo começa um comportamento, um aversivo pode pará-lo mas irá começar um novo comportamento.


Ou seja, a utilização de reforços negativos como ignorar, não dar aquele carinho naquele momento ou qualquer outra coisa que o animal ou a pessoa não queira que aconteça, pode ser válido desde que usado de forma consciente e que não dê alternativas para o sujeito começar outro comportamento. Reforçar comportamentos certos é melhor que usar aversivos para comportamentos ruins.








sábado, 18 de dezembro de 2010

Série: Don't shoot the dog

Hoje vou começar uma série de traduções do livro Don't Shoot the dog de Karen Pryor.
Como vocês vão ver abaixo sobre reforço positivo, falo para vocês que isso foi bem significativo para mim e espero que seja para vocês também.

"Reforço: Melhor do que recompensas.

O que é reforço positivo?

Reforço é tudo aquilo que acontece em conjunto com uma ação, tendendo a essa ação acontecer novamente.
Memorize essa declarção. Esse é o segredo de um bom treino.
Existem dois tipos de reforços: positivo e negativo. O positivo é tudo aquilo que o sujeito queira: comida, carinho, elogio. O negativo é tudo aquilo que ele quer evitar: um apito, uma cara de reprovação.
Um comportamento que já está ocorrendo independentemente da freqüência, sempre pode ser intensificado por reforço positivo. Se você chama um filhote e ele vem, e recebe um carinho ele terá cada vez mais confiança de vir mesmo sem outros treinos.
Imagine que você espera a ligação de alguém, se essa pessoa não lhe ligar, você não poderá fazer nada sobre isso.
O maior ponto do treino é que você não pode reforçar o que não acontece.
Mas, por outro lado, se sempre que as pessoas te ligam você está feliz, isso é um reforço positivo para ocorrer mais vezes.
Oferecer um reforço positivo é o mais básico de um treinamento sob reforços.
Na literatura de psicologia você poderá encontrar os termos “métodos comportamentais foram usados” ou “o problema foi resolvido com uma abordagem comportamental.”
Todos esses meios, é porque eles substituíram os reforços positivos pelos métodos que usavam.
No entanto, a substituição pelo método positivo é necessária.
O reforço positivo pode ser usado até em você mesmo.




A autora fala no livro sobre um senhor que era viciado em jogos de squash. Ele falou então a ela que iria usar suas técnicas de reforço positivo em seu treino, e lhe contaria depois. Duas semanas depois o senhor voltou contando que havia subido 4 “degraus” em sua classe porque ao invés de amaldiçoar toda vez que errava, começou a elogiar todos os seus bons tiros.


www.gettyimages.com


Os reforços são relativos e não absolutos. Chuva por exemplo é um reforço positivo para patos, negativo para gatos e neutro para vacas que estão dentro do curral. Comida por exemplo, não é um bom reforço uma vez que você já tenha feito uma refeição e esteja satisfeito.Sorrisos e elogios podem ser inúteis uma vez que a outra pessoa estão tentando lhe irritar.Portanto, o que vai ser ofertado como reforço deve ser algo que o sujeito queira e goste.Isso faz o treino de cada um ser diferente e inovador, trazendo desafios para o treinador e treinado. É útil ter uma gama de reforços para um mesmo treino. Baleias assassinas usam variados reforços e sempre fazem esforço para ter sua recompensa. No entanto, elas nunca sabem qual será o reforço da próxima ação de modo que em muitos shows o uso de peixes como recompensa não é nem necessário.
A necessidade de mudar de reforços é interessante e desafiador para o treinador e o treinado.
Reforços positivos são bons para humanos também como ganhar presentes onde tem que se adivinhar o que irá ganhar. Para o presenteador também é bom adivinhar o presente certo. Na nossa cultura, a tarefa de presentear muitas vezes é da mulher.Um homem que observa os poderes dos reforços positivos tem, sem dúvidas, um passo a frente dos outros homens que não perceberam."

Agora espero o reforço positivo de vocês comentando e dando sugestões do que acharam.



Essa é uma tradução livre feita por Aline Viena de Souza e não deverá ser copiada sem devida permissão.

Psicologia Reversa

O Fred é um cão terrivel em questão de obediência. Ele só obedece quando quer e no grito.
Acontece que ele está latindo muito para os vizinhos e quando eu estou em casa tento amenizar a fúria da vizinha e a de minha mãe, pois é o dia todo.
Mostro sandália, ele pára. Mostro vassoura, ele pára (ele nunca apanhou de vassoura, tá? é só porque ele se assusta quando ele próprio derruba). Mas nunca é uma coisa duradoura.
Então resolvi fazer diferente e como a Lu ja tinha me dito pra fazer há um tempo. Ele latia, eu dava carinho a quem estava quieto e com a voz tatibitati que ele mais gosta que seja endereçada a ele.

Depois de umas cinco tentativas, finalmente ele resolveu que só receberia carinho da mamãe quando estivesse ao meu lado e associou a ficar quieto sem latir, a estar comigo recebendo carinho e beijinho da mamãe.
Se ele não fosse tão infernal, eu o chamaria de fofo. rs

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Novidade na área

Mamis e papis de cachorrinhos sempre querem o melhor para seus filhotes peludos. E nisso de pensar no melhor, queremos cercá-los de todos os cuidados possíveis incluindo ai a alimentação. Muita gente tem vontade de fazer uma dieta preparadinha pra os peludos mas, com a vida moderna, corre corre, a ração se torna o meio mais prático.

Mas para meu entusiasmo, surgiu agora um projeto lindo e super inovador que é o Pet Delicia.
Eles fazem "comidinha gostosa da mamãe" e já deixam prontinha pros pimpolhos. A Ana Paula que é mestranda em nutrição de cães e gatos, está no projeto e não poderia ser diferente o sucesso que já está fazendo.

Parabéns Ana Paula, parabéns a toda equipe pela ideia. Quem tem a ganhar só são os peludinhos.

E pra quem quiser dar uma olhada no projeto, é só dar uma conferida no site





Ps.: to retornando aos poucos, mas to.
e a Lu tá aqui pra trazer posts super interessantes.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Errar...

No domingo de manhã estava tomando café com a minha família e conversando com eles sobre meus cães. Até que minha mãe comentou sobre a euforia exagerada que minha cadela sempre fica ao me ver, e como no sábado minha mãe foi corrigi-la e viu que em apenas um "não!" os meus 3 cães imediatamente pararam o que estavam fazendo, sentaram-se e ficaram parados olhando na direção dela. Minha mãe achou engraçado como eles reagiram rápido a apenas 1 repreensão.

Nisso, eu ri e disse: "é mãe, é pq quase nunca eles estão errados!" e minha amiga que estava conosco se surpreendeu e perguntou: "mas se eles nunca estão errados, como sabem o significado do 'não' tão bem?".

Existem muitas pessoas que criam, conscientementee ou não, situações em que o cão é induzido a errar, e a partir daí marcam o "não!" e corrigem. Se torna uma espécie de jogo, onde, dependendo do cão, vai gerar uma grande ansiedade ou uma grande disputa. Um cão que é induzido a errar e, quando erra, é punido, pode ficar ansioso, nervoso, sem nunca saber o que pode ou não fazer, perde a confiaança no seu dono; ou pode ser aquele cão "surdo" que sempre vai fazer o que der na telha e ignorar solenemente o dono até vir uma punição mesmo, e essa punição terá q ser cada vez pior e mais forte...

... e é nessas que vem a idéia "aaah! meu cão não tem jeito! tem horas q ele só obedece com susto, ou apanhando!!!" --> o que não faz o menor sentido!!!!

A questão é que quem define regras claras e cumpre as próprias regras não precisa punir um cão durante o manejo.

Só para deixar claro: quando me refiro a punição digo punição positiva, aquela que você usa uma coisa que o cão não gosta (aversivo) para interromper um comportamento. Por exemplo: bater, espirrar água, choque, grito, ameaça, chinelos voando, latinhas com moedas dentro etc.

Para criar regras básicas é preciso que todos da casa concordem: cães não entram nessa parte dda casa, por exemplo. Regra criada, regra obrigatóriamente cumprida. O cão nunca vai poder entrar naquela parte. Se o cão não pode pular na sua avó, não permita que ele pule em ninguém, nem em você ddurante as brincadeiras! E assim vai. Não adianta permitir em algumas situações e proibir em outras.

Além disso, existem questões que estão na natureza dos cães! Por exemplo: se você tem um filhotinho novo em casa, não é inteligente deixar ele ter acesso ao varal de roupas.... aqueles panos flutuando no ar e tremulando com o vento parecem uma excelente brincadeira! O cãozinho não irá resistir!!! E depois é pura maldade brigar com o filhote por ter sujado e rasgado as roupas... O que é da natureza do cão, como brincar, latir, correr, morder etc, tem q ter momento e local corretos, mas ele tem que ter a chance de fazer essas coisas! De ser cachorro!

Então, meus cães, raramente estão errados. Porque eles podem e devem ser cães e as regras que eu estipulei estão sempre claras e nunca mudam. Eles tem lugares que podem ir, lugares que não podem, coisas que podem fazer e coisas que jamais podem fazer. Mas brincam, correm, e podem agir como cães o quanto quiserem, minha casa é preparada para eles.

As regras são claramente e continuamente treinadas e relembradas, em caso algum deles "esqueça". Mas sem stress, sem punição, sem dor nem sustos!

Agora, ainda assim, cães algumas vezes aprontam novidades que consideramos ruins para nossa relação. Como a euforia exagerada da minha cadela, que fica girando em volta de mim correndo e não pára, ao ponto de ninguém conseguir se aproximar até que ela se acalme. E, nessas horas, é bom que ela saiba o "não!".

E para ensinar o "não!" eu usei, com meus 3 cães, o que chamamos de punição negativa. Mas isso é assunto pra ooooooooooutro post! heheheheheheh

Até a próxima!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sonho

E quando tudo sai duma maneira inacreditávelmente linda, romântica..
Tudo sai da maneira quase exata que você queria. Sabe, daquele jeitinho que você viu nos filmes, mas vc pensa: "ah.. não vai acontecer comigo"
e vc fecha os olhos e segura as lágrimas, porque a maquiagem está impecável e iria pegar super mal você chorar ao receber uma rosa e um te amo.
Vem um filminho na sua cabeça e da descoberta da paixão, do querer, do amar.. na cabeça a musiquinha "valeu a pena ê ê"..


http://www.youtube.com/watch?v=75OSZElYB9E

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Medo....

Então gente, hoje me inspirei para falar sobre um dos assuntos que mais me fascinam em cães: o medo. Como o medo surge e como (e quando) pode ser superado. Faz parte das emoções mais importantes dos cães e, provavelmente, uma das mais poderosas.

O medo não é uma das emoções mais fáceis de diagnosticar. Não é tão aparente e claro quanto se supõe. É necessária uma calma avaliação e muita observação para responder 2 questões essenciais quando um cão não age como esperaríamos: qual emoção motiva aquele comportamento? o que dispara aquela emoção?


Muitas vezes, algumas pessoas confundem emoções. Confundem medo até com alegria. Consideram que o cão está animado, excitado, feliz, quando na verdade está MORTO de medo. Outras vezes consideram derivada do medo um comportamento que tenha outra causa qualquer. Algumas características posturais são bem típicas do medo, mas dependendo da raça ou situação, podem ficar mascaradas.

A verdade é que o medo é um mecanismo de defesa importante para todos os animais, ele preserva a vida. O medo, como indicam alguns estudos, pode ser inato, passado de geração em geração, sendo nesse caso uma característica da espécie ou da população (ex: medo de predadores). Mas o medo também pode ser resultado de uma experiência vivida. Nesse caso, a experiência foi estressante para o animal e o marcou, a ponto de provocar uma espécie de "cicatriz comportamental".


Algumas vezes, essa cicatriz gera um tipo de "comportamento padrão", onde, a forma em que o cão conseguiu resolver aquela situação será a que ele sempre optará para se ver livre novamente. Chamamos esse comportamento de esquiva. Agora, nem sempre esquivar é sair correndo e se esconder! Por exemplo, um cão bem pequenininho que tem medo de visitas porque essas costumam pisar-lhe, pode fazer uma grande festa, saltar, latir, chamar atenção. Todos entenderão como sinal de alegria e, mesmo que não seja, o importante é que receberá atenção, carinhos e depois poderá ficar no seu cantinho, sem ser pisado.



Não quer dizer que todo o cão tenha medo ao exibir aquele comportamento que acabei de descrever. Só que com um pouco de atenção é possível distinguir um cão alegre de um assustado e com medo. E é muito importante essa distinção para o bem estar do cão.


No caso da minha cadela, Pastor Alemão, ela tem diversos medos que não sei de onde se originaram nem a causa, pois ela foi adotada adulta já assim. E um dos maiores medos dela é de sacos plásticos. Verdadeiro pânico.


E para resolver medos existem diversas técnicas! Falarei sobre algumas que tentei com ela:


Flooding - consiste em apresentar ao cão o estímulo que ele tem medo diversas vezes, muitas vezes, forçadamente, até que esse deixe de ser interepretado como ruim, perde o valor. É o que geralmente fazem em relação a fogos de artifício.


Condicionamento com reforço positivo - relacionar o estímulo que faz o cão ter medo a alguma coisa que o cão goste muito, por exemplo, petiscos. Quando um cão tem medo e agride outros, vc vai dando petisco e recompensando até ele ignorar por completo e depois até achar o outro cão legal, por exemplo.


No caso da minha Ilka e seu medo de sacos plásticos, nem um nem outro jeito resolveu! Na verdade, ela já superou outros medos com as 2 técnicas, cada um em um momento. Mas com o saco plástico... nada! O medo permanecia, só com um comportamento um pouco deslocado....


Como verão no vídeo a seguir, ela está confusa com a presença do saco. Ela acha que pode surgir um brinquedo ou petisco dali, ou q de repente seja obrigada a ficar cercada por sacos plásticos, como aconteceu quanto tinha tentando tirar o medo dela antes. Mas o q ela nunca faria e não tinha feito antes, era chegar perto ou tocar um saco plástico por vontade própria. E foi isso q eu consegui, que fez ela mudar a forma que via o objeto.


A palavra chave é: brincadeira!


Como podem observar, a presença mais importante aí é do meu outro cão, o Thor. Ele é um filhotão, crio ele desde que nasceu, ele não só não tem medo de saco plástico como acha tudo uma brincadeira divertida! Então, sem ele, provavelmente a Ilka jamais se aproximaria do saco!

Aconteceram 2 coisas para a Ilka, emoções que superaram o medo. Primeiro, ela queria muito brincar, ela adora brincar comigo e com o Thor, porque adora competir com ele a minha atenção! hehehehe Além disso, ela percebeu que ele não tinha medo, e que nada acontecia com ele de ruim e, acima de tudo, ele estava se divertindo. O senso de matilha dela, tanto para competir quanto para interagir, que foi fundamental para a superação.

Além disso, ela não estava contida, nem amarrada, não estava de guia e estava em casa, do lado da piscina dela. Se ela quisesse poderia deitar e dormir, ou fazer qualquer coisa. Mas ela superou o medo e escolheu isso, não foi imposto a ela, e isso é o que considero mais bonito e inusitado nesse vídeo. Se olharem com atenção verão que, a cada vez que ela "decide" enfrentar o problema, vem reto na minha direção e dá 1 latido. No último latido, em que ela pegou firme o saco plástico e ficou com ele perto de mim, para mim marcou essa superação.

A pinha foi usada aí como uma forma de relaxar e mudar o foco, e também para "negociar" com eles para que soltassem o saco plástico, que é perigoso se for ingerido. No entanto, eu não queria usar o comando "larga" sem a troca, porque ele poderia gerar algum conflito e, se estávamos superando um medo, a última coisa que eu queria era conflito!

Atualmente, a Ilka não apenas não tem mais medo de sacos plásticos como futuca todos a procura de petiscos ou mesmo para brincar. Não se assusta maiscom o som deles e não fica mais nervosa e ansiosa ao ver um! Ou seja: criei um problema pra mim que não posso deixar mais nenhum saco plástico ao alcance dela! hahahahaha

Mas é isso, fica a dica: observe bem o comportamento do seu cão, se o que ele faz é resultado de algum medo. Se for, busque soluções inteligentes e divertidas, que minimizem o stress e o ajudem a superar!


Na dúvida, contratem um bom adestrador!

Até a próxima!

Luciana Fiuza